Das Borboletas, do Sangue para a Salubridade.. hahaha mesmo?

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Trágico, Trádico, gômico...

História:

Um nascimento normal. Mais um entre muitos, um escolhido para sofrer na terra, antes de ir ao inferno. Um nascimento normal, afinal, que mãe não morre ao dar a luz ao seu filho? É quase que uma tradição já... Sou um assassino de uma mãe fértil? Não. Não escolhi nascer. Não era minha responsabilidade. O que uma criança cega poderia escolher? Havia outras opções, só que o medo tomou conta da alma de quem havia de fazê-las.

Pobre pai, pobre irmão, não os culpo por sentir ódio, talvez por descontá-lo em mim, e não neles mesmo; uma vez que eram os responsáveis. Mas a justiça chega a todos. De uma forma, ou de outra. A justiça não tardou ao me abençoar com os olhos que ninguém tem, ela não há de tardar a punir aqueles que merecem.

Pai Marcos Jim, um homem dedicado a família, à educação de seu primeiro filho e ao cuidado de sua linda(pelo menos assim eu a sempre imaginei) esposa. Um homem astuto, que trabalhava em diversas áreas, como caça, pecuária, agricultura, até no submundo, se preciso. Sabia trocar bem seus produtos, utilizar bem suas possibilidades e influencias.

Irmão Marcelo Jim, um rapaz bom e trabalhador, muito simpático e alegre, na medida do possível para uma criança no mundo de hoje. Sempre escutou muito seu pai, como também sua mãe, mas até em excesso. Tanto carinho, tanta proteção o fizeram fraco(asso).

Após meu nascimento, mais visto como a morte de uma mulher fértil, Marcos Jim, aquele que deveria se portar como meu pai, me humilhou, me castigou, me transferiu a responsabilidade e angustia que caberiam a ele. E isto está certo. Poder é para aqueles que podem sustentá-lo, e que podem responder por ele. O poder havia sido dado a mim desde cedo, apesar de ninguém ter visto isso. Depois de um tempo, cerca de 5 anos, meu irmão mais velho(12 anos mais velho) saiu de casa amargurado,(ou seja, ele tinha 17 anos) pois não se dava mais atenção a ele, e o ódio reinava soberano, ocupando demais o coração das pessoas. Não sei como está hoje. Deve ter casado com alguma moça de posses, ele era bastante galã. Mas não me interessa, ele já vive com a vergonha de fugir dos problemas e com o pensamento de auto-piedade... Grotesco.

Os negócios de “papai” iam de mal a pior, e a fome, como também a doença, batiam a sua porta. Mais uma vez ele falhou com suas responsabilidades. Assim, decidi sair de casa para conseguir artifícios para tomar o poder. Foi ai que conheci Mestre Junki, um comandante de caça, que ensinava a sobrevivência, baseada em uma arte-marcial quase esquecida, o kung-fu, sobrevivência a qual envolvia caçada, combates inter e extra-pessoais. Arte inspirada em um dos poucos animais sobreviventes após o apocalipse, o Escorpião.

Meu pai já havia feito alguns trabalhos para ele, no dito submundo. Expliquei minha situação e meus objetivos, e me ofereci como trabalhador árduo, para qualquer serviço. Com certa indagação ele aceitou meus serviços, e em troca eu receberia treinamento e alimentos, mas a moradia estaria por minha conta. Isso poderia parecer desesperador para qualquer menino de 7 anos, mas não para um com minha visão.

Construí influencia, respeito, habilidade, comando, família. Conquistei respeito e admiração, ódio e medo. Com 15 anos o assassino cego estava pronto para tomar o lugar que lhe era de direito dentro de casa, se assim que aquela morada podia ser chamada. Ao chegar a aquela casa onde a humilhada criança viveu, encontrei um moribundo aos trapos, sem forças, sem saúde, sem respeito ou auto-estima. Ele já havia perdido. Não era mais necessário tirar mais nada daquele pobre homem. Tirar-lhe a vida seria um alivio, mas não o fiz. Essa responsabilidade não era minha, essa escolha não era minha. Após um longo sermão, um certo desabafo, lhe entreguei uma faca, e disse para que ele que escolhesse o que fazer. Com o pouco de honra que ainda lhe restara, ele se matou.

Anos se passaram, e algumas coisas obscuras desse mundo foram se revelando, foram se explicando, e me atraindo. Tornar-se um ser da noite era apenas mais um artifício para a sobrevivência. Apenas benefícios. A honra e o orgulho para esses parasitas é bem deturpado, mas nada que uma boa lançada não possa resolver.

Por uma série de características fui escolhido para me aliar a um grupo de Membros chamado Sabá, um grupo reinante entre estes. Pode até ser chamada de família, mas pouco conheço desde conceito. Terei o prazer de construí-la a minha maneira.

Após um tempo descobri que os Lasombra me avaliavam desde o principio, com o objetivo de me introduzir na facção denominada Manum Nigrum, a Mão Negra, mais conhecida como a Mão. Faço parte hoje dos exóticos participantes desse grupo, uma vez que sua preponderância é de Membros da família Assamita, os elogiados e abominados por todos.

A traição e a tradição estão unidas estranhamente dentro dos Lasombra. Mas a Mão presa primeiro a derrota dos inimigos em comum, para depois dar-se o luxo de conflitos internos. Mas isso não quer dizer que não há conflitos. Eles sempre existem, e são essenciais para manutenção do poder.

Meu objetivo é claro. Dominar. Sobreviver. Defender. E pregar a honra e a justiça a onde seja que estiver.

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