Das Borboletas, do Sangue para a Salubridade.. hahaha mesmo?

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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Cotidiano, Normalidade, Fragilidade.

Para realmente abalar o que diríamos de cotidiano pacato, aconteceu algo inesperado, mas ao mesmo tempo esperado e natural.
Hoje fiquei sabendo que uma pessoa que considero muito, que admiro muito, morreu, a 4 meses... “O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem...” (minha mãe me contava esse trava-língua quando era criança, mas não lembro dele todo... vejamos então o conhecimento de uma criança... a verdade sem complexidade... mas isso já é outro assunto, volvamos a nosso tema!)
O Primo(apenas Primo, nomes não eram importantes, não são agora) é um cara muito alegre, que trabalhava em um dos quiosques de sua rede GuaranAmazon, fazendo sucos energéticos. Uma pessoa muito humilde, muito simpática, que trazia(traz) felicidade a todos aos fins de tarde, com suas brincadeiras, seus sucos deliciosos...

Não era uma pessoa próxima, ou um amigo, mas uma idéia, uma pessoa que eu admirava... A idéia de o Primo estar lá, alegre sorridente e dizendo “boa tarde moça bonita” para as menininhas que iam para as suas aulas noturnas... Aquele pronto a ajudar um estranho com sua alegria e sua franqueza quase singela...
Assumir a fragilidade da realidade e da vida, assumir que não existe aquela tênue linha que “nos” separa da “normalidade”, que por mais que o mundo dos sonhos seja belo, precisamos constatar a feiúra dos fatos... Ditos sem intenção maliciosa como “nem vou sentir tanta falta do Primo” ao ver a beleza da nova atendente, machucam muito. Faz falta. Faz muita falta.

Tem algumas coisas amais que me revoltaram ou me fizeram questionar por não ter certeza...
O que é o sentimento dos familiares? Quais foram as mudanças para eles? E os benefícios da partida dele?
Alguns acontecimentos posteriores envolvendo a nova atendente, que por um acaso é genra(esposa do filho), me fizeram pensar que ela banalizara a morte... mas como foi apenas uma aparência e desconheço o real contexto, prefiro não tirar conclusões premeditadas.
Tinha no copo um escrito: (agora personalizado, e mais outras várias mudanças ditas “empreendedoras”) “Jesus Cristo salva, cura e liberta”. O Primo era cristão fervoroso? Que rumo a franquia tomou depois? Como será que ele vou velado/enterrado? Será que foi da maneira que ele queria?


Um dia um professor de palhaço disse a todos que quisessem ouvir: “nossos verdadeiros professores são os velhos(no sentindo bom da palavra) e as crianças”.
Não que o primo seja velho, mas mais que eu era(é), e foi(ainda é) capaz de me ensinar muito, apenas com a idéia de sua existência.

Obrigado Primo. E me desculpe por eu preocupar-me apenas com você como uma adimiração distante, e passar a me preocupar realmente com você como pessoa depois de sua partida... Descanse em paz Primo. Leve alegria a todos nos lugares que você alcançar.

3 comentários:

Delirium disse...

Alguém me disse um dia que quando alguém deixa este mundo e nos sentimos mal, é porque somos egoístas. Ninguém sabe o que acontece de verdade, "deve ser bom, não conheço ninguém que voltou pra reclamar"... De qquer forma, é interessante pensar no outro como uma "idéia" e triste reconhecer o prazer desta idéia num momento em que não é mais tangível.
Alegra-te por tê-lo conhecido.

Unknown disse...

Não, não lhe é permitido.

Delirium disse...

Ah, o comentario de cima é meu tb hahhahhahha